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Neurotecnologia: o que a ciência pode trazer de novidades em tratamentos?

Em 2020, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine, hospital universitário e centro de pesquisa da Johns Hopkins School of Medicine, nos Estados Unidos, descobriram que os jogos de realidade virtual reduziram a ansiedade e a dor em pacientes pediátricos durante os procedimentos. Naquele mesmo ano, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou o primeiro videogame como tratamento para o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). 

Essa decisão abriu portas para o desenvolvimento de jogos como forma de tratamento para diversas condições, como distúrbios cognitivos leves e para recuperar a força e a mobilidade em pacientes que ficaram com sequelas após acidente vascular cerebral ou outros traumas cerebrais. 

A realidade virtual (VA) e a realidade aumentada (AR) estão ganhando força na área da saúde e as possibilidades são imensas. Além do tratamento de diversas condições, ambas também estão sendo usadas para treinar cirurgiões e fornecer orientação cirúrgica em tempo real, o que pode expandir as capacidades da telemedicina.

Claro que tudo isso ainda é uma novidade, mas já é apontado por futuristas como uma inovação e tendência na área de healthcare. O uso dos jogos ainda precisa ganhar força no mercado, mas a ideia é que eles gerem dados detalhados do paciente e que algoritmos contribuam, por exemplo, para fazer ajustes em medicações. Além disso, a telemedicina poderia se beneficiar deles no suporte e tratamento de pacientes com doenças crônicas. 

Diversas instituições vêm apostando nas novas tecnologias. O National Institutes of Health (NIH) financia pesquisas em aprimoramento cognitivo, incluindo um estudo de Alzheimer realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia. O estudo está analisando a gamificação e a personalização do treinamento de memória. Embora estudos anteriores tenham mostrado inconsistências por diferenças neurais entre os cérebros das pessoas, acredita-se que, ao individualizar a abordagem, os resultados podem ser melhores. 

Apesar dos resultados obtidos até agora, os sistemas de realidade virtual ainda precisam de ensaios clínicos randomizados e controlados – na maioria dos casos, os dados apresentados até agora provêm de estudos pequenos. Outro desafio a ser superado é a cobertura de tratamentos que usam essas tecnologias pelos sistemas de saúde.

Interface cérebro-computador levanta debate sobre questões éticas 

Diversas pesquisas inovadoras e iniciativas têm sido direcionadas a acelerar a união da tecnologia e do cérebro humano. De um dispositivo inovador que permite aos médicos observar conexões neurais em tempo real a narizes biônicos que dão aos sobreviventes da Covid-19 a capacidade de cheirar novamente, muitas outras inovações têm sido estudadas.

Mas a neurotecnologia tem levantado preocupações éticas, políticas e legais. Alguns países já estão proibindo a coleta e venda de dados cerebrais. A Fundação NeuroRights, instituição que tem o objetivo de proteger os direitos das pessoas contra o possível mau uso ou abuso da neurotecnologia, procura estabelecer “neurodireitos” aos pacientes. Na Espanha, foi lançado um Programa de Direitos Digitais que inclui neurodireitos e proteção dos dados dos cidadãos. Já a Organização das Nações Unidas publicou uma agenda em 2022 argumentando a favor da revisão da neurotecnologia no contexto dos direitos humanos.

Atualmente, as regulamentações neurotecnológicas mais agressivas estão no Chile, onde uma nova emenda constitucional proíbe o controle, a leitura da mente, ou qualquer outra tecnologia que possa interferir na maneira como as pessoas pensam. Como se vê, esses são temas fascinantes, mas que requerem muita atenção em relação à sua prática.

Melhorando a experiência do paciente

O Orlando Regional Medical Center, nos Estados Unidos, lançou recentemente uma estratégia denominada Experiência do Paciente (PX), que visa antecipar as necessidades do paciente e colaborar com as diversas áreas do hospital para a otimização de cuidados.

A equipe PX inclui especialistas em usabilidade de tecnologia, profissionais de saúde e cientistas de dados que configuram a experiência de um paciente em tempo real com base em seu perfil individual de bem-estar e cuidados médicos. Os quartos do hospital são agora considerados um componente essencial da cura. 

É possível encontrar nesses espaços sensores de realidade diminuída (DA) em janelas, paredes e portas que silenciam ruídos. As sobreposições de AR incorporadas mostram as cores do ambiente que comprovadamente reduzem o estresse e a inflamação. Um sistema de música emite sons capazes de acalmar os pacientes e estimular a liberação de dopamina. Colchões e cobertores, construídos com conduíte e micro tubos cheios de água, aquecem ou resfriam automaticamente o paciente. Uma estratégia centrada na experiência do paciente significa uma recuperação mais rápida. 

Muito ainda veremos de avanços na área de saúde que visam melhorar a saúde, a qualidade de vida e a jornada de tratamento do paciente. Aqui na Float, continuaremos acompanhando tudo de perto e trazendo as novidades para você. 

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