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Saúde da Mulher: Desafios e Perspectivas no Brasil

No mês de março de 2023, o Ministério da Saúde divulgou um boletim epidemiológico com o objetivo de compartilhar informações qualificadas sobre a saúde da mulher, visando fortalecer a rede de cuidados e promover a equidade no acesso aos serviços de saúde. O boletim em questão aborda questões cruciais relacionadas ao perfil sociodemográfico, maternidade e fatores de risco ao longo do ciclo de vida das meninas e mulheres.  

Neste espaço, estaremos mergulhando nas discussões mais relevantes desse relatório. 

 Reconhecendo a Importância da Maternidade 

 Atualmente, as mulheres desempenham um papel fundamental na sociedade, sendo responsáveis por quase metade das famílias brasileiras. Além disso, também são as principais responsáveis pelos afazeres domésticos. Estima-se que 48% das mulheres brasileiras sejam chefes de família e 92,3% realizem os principais afazeres domésticos a partir dos 14 anos de idade.

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Distribuição do percentual de domicílios sob responsabilidade de mulheres no Brasil, 2012 e 2021

Uma meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) é assegurar até 2030 o acesso universal a serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo informação, educação e planejamento familiar. Essas estratégias são fundamentais para garantir um acompanhamento adequado durante a gestação, gerenciamento familiar e redução da gravidez na adolescência. 

Desafios Associados à Gravidez na Adolescência no Brasil 

O boletim traz a quantidade de nascidos entre as adolescentes de 10 a 19 anos de 2010 a 2021. Apesar de ter tido uma diminuição nos últimos anos, as mães adolescentes apresentam muitos riscos de complicações durante a gravidez, como eclâmpsia, endometrite puerperal e infecções sistêmicas, se comparadas a mulheres acima dos 20 anos.

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Série histórica de nascidos vivos entre mães adolescentes segundo faixa etária. Brasil, 2010 a 2021*

A Violência contra a Mulher e Seus Impactos na Saúde 

Estima-se que 16,4 milhões (19,4%) de mulheres brasileiras adultas sofram algum tipo de violência de gênero, um número substancialmente maior do que a população masculina (8,9%), especialmente no que diz respeito à violência sexual.

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Prevalências de violências físicas, psicológicas e sexuais nos 12 meses anteriores à pesquisa. Brasil, Pesquisa Nacional de Saúde, 2019

Aproximadamente 60% das mulheres vítimas de violências nos 12 meses anteriores à pesquisa referiram alguma consequência física, psicológica ou sexual da agressão, sendo as consequências psicológicas, como sentimentos de medo, tristeza, problemas de sono, depressão e ansiedade, as mais frequentes (57,0%).

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Prevalências de relatos de consequências psicológicas, físicas e sexuais das agressões, nos 12 meses anteriores à pesquisa.

Morbimortalidade da Mulher Brasileira 

O câncer de mama e o câncer de colo do útero são as neoplasias que mais causam mortes em mulheres em todo o mundo. No Brasil, entre 2010 e 2021, foram registradas 643.889 mortes prematuras de mulheres com câncer. O câncer de mama corresponde a aproximadamente 20% dessas mortes, ocupando o primeiro lugar, enquanto o câncer de colo do útero corresponde a 8,1%, ocupando o terceiro lugar. 

Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro apresentam os maiores percentuais de mortalidade por câncer de mama, enquanto Goiás, Amazonas, Amapá e Maranhão apresentam os maiores percentuais para o câncer de colo do útero. O Ministério da Saúde estabeleceu como meta reduzir a mortalidade por câncer de mama em 10% e por câncer de colo do útero em 20% até 2030, além de aumentar a cobertura de mamografias e vacinação contra o vírus HPV. 

Um Longo Caminho a Ser Trilhado 

Ainda há muitos desafios a serem enfrentados para reduzir as múltiplas causas que afetam a vida e a saúde das meninas e mulheres no Brasil. Além das desigualdades de gênero, é necessário considerar aspectos socioeconômicos, étnicos, de orientação sexual e identidade de gênero, a fim de garantir a promoção da saúde, prevenção, informação, acolhimento e atendimento adequado a todas as mulheres brasileiras. 

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